ESCOLA PROFISSIONALIZANTE DE TEMPO INTEGRAL: QUE POLÍTICA EDUCACIONAL É
ESSA?
Vanderlene de Farias Lima
Neste texto, para compreender algumas
características da Escola Profissionalizante de tempo integral e o seu
propósito enquanto política educacional, inicialmente é apresentada ao leitor
uma discussão teórica sobre o conceito de “política pública”. A abordagem sobre
o tema começa pela apresentação da etimologia das palavras “política” e
“pública”, e o conceito é complementado pelos autores Souza (2003) e Azevedo
(2003). Inevitavelmente, a reflexão sobre política pública nos leva a pensar
também sobre as dificuldades de acesso à educação no Brasil devido às
desigualdades sociais que afetam a maior parte dos brasileiros. Para expor essa
problemática, trago a abordagem de Garcia e Hillesheim (2017), que lançam o
olhar sobre os Planos Nacionais de Educação (PNEs), de 2001-2010 e de
2014-2024, os autores mostram como são apresentadas as propostas de combate às
desigualdades no campo educacional.
Na sequência, ressalto que a política
educacional brasileira é marcada por acordos internacionais, iniciados com a
Conferência de Jomtien em 1990, que impactam na maneira como são pensadas e
executadas as políticas públicas na área da educação no Brasil. Logo depois,
fiz um recorte histórico sobre o surgimento da educação profissional no país e
no estado do Ceará e apresento a política atual de Ensino Médio no Ceará.
Para entender o título deste texto é necessário
revisar o que é uma política pública e qual a sua finalidade no interior de uma
sociedade. Para especificar melhor o tema, o primeiro caminho é trabalhar a
etimologia das palavras para definir a ideia de “política pública”. Nesse
sentido, Oliveira (2010) explica que “política pública é uma expressão que visa
definir uma situação específica da política” (OLIVEIRA, 2010, p. 93). De acordo
com o autor, separadamente, “Política é uma palavra de origem grega, politikó, que exprime a condição de
participação da pessoa que é livre nas decisões sobre os rumos da cidade, a pólis. Já a palavra pública é de origem latina, publica, e significa povo, do povo”
(OLIVEIRA, 2010, p. 93). Logo, compreendemos que política pública envolve a
participação do povo na tomada de decisões e, dentro do contexto democrático, o
Estado é uma instituição social importante na execução dessas políticas
públicas.
Souza (2003) faz um balanço sobre as definições
mais conhecidas sobre a política pública e elabora a seguinte explicação para o
termo:
“Campo do conhecimento que busca, ao mesmo
tempo, ‘colocar o governo em ação’ e/ou analisar essa ação (variável
independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas
ações e ou entender por que o como as ações tomaram certo rumo em lugar de
outro (variável dependente). Em outras palavras, o processo de formulação de
política pública é aquele através do qual os governos traduzem seus propósitos
em programas e ações, que produzirão resultados ou as mudanças desejadas no
mundo real” (SOUZA, 2003, p. 13).
Azevedo (2003) acrescenta que “política pública
é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos os impactos de suas
ações e de suas omissões.” (AZEVEDO, 2003, p. 38). Entretanto, a política de
educação no Brasil reflete as desigualdades do sistema que se concretiza
através da distinção entre educação pública e privada. São constantes os
debates e reflexões sobre a falta de qualidade da educação pública, justamente
porque a política educacional brasileira reforça as desigualdades.
Garcia e Hillesheim (2017) afirmam que “as
desigualdades educacionais [...] estão relacionadas à estrutura socioeconômica
do país, sendo a pobreza sua expressão mais explícita.” (GARCIA e HILLESHEIM,
2017, p. 133). Os autores fazem uma análise sobre a problemática nos Planos
Nacionais de Educação (PNEs), de 2001-2010 e 2014-2024, e como são apresentadas
propostas para combater as desigualdades no campo educacional.
Durante o PNE 2001-2010, o então presidente Luiz
Inácio Lula da Silva substituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do
Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) pelo Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB), garantindo o aumento de recursos
financeiros para os municípios por critérios como a quantidade de matrículas e
a permanência dos alunos nas instituições escolares. Tais critérios,
entretanto, geraram críticas nos debates do PNE 2014-2024 porque beneficiariam
as escolas com melhores desempenhos e aprofundaria ainda mais a precarização
das escolas com baixo rendimento, ajudando a manter a desigualdade na educação
(GARCIA; HILLESHEIM, 2017, p. 138).
No Art. 2°, inciso III do PNE 2014-2024, é
destacada a “superação das desigualdades educacionais com ênfase na promoção da
cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação” (BRASIL, 2014,
p. 32). De acordo com Garcia e Hillesheim (2017), a participação das minorias
sociais, como índios, negros e quilombolas, no acesso à educação de qualidade
sofreria uma negação à política pública educacional com os critérios de
desempenhos das escolas, marcados por rankings
e avaliações baseadas na meritocracia.
Os acordos celebrados após a Conferência
Educacional de Jomtien, na Tailândia, em 1990, na qual é marcante a
interferência do Banco Mundial e do Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD) na educação, intervieram na formulação das orientações
que balizam o ensino para todos os cidadãos do mundo. A Conferência Educacional
de Jomtien contou com a participação de cento e cinquenta e cinco governos de
países distintos, financiada pelos seguintes organismos internacionais: a
Organização das Ações Unidas para a Educação (UNESCO); o Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF), Banco Mundial (BM) e o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Mas, antes mesmo da Conferência de Jomtien, podemos citar a criação da
Comissão Econômica da América Latina e Caribe (CEPAL) em 1948 para assessorar
no crescimento dos países em desenvolvimento e no campo da educação a Oficina
Regional para a Educação na América Latina e no Caribe – OREALC (FRIGOTTO;
CIAVATTA, 2003,
As chamadas taxas de retorno acontecem pelos resultados das avaliações
nacionais e internacionais criadas em 1990, como o Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica (Saeb), Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
Exame Nacional de Cursos (Provão), Avaliação dos Cursos Superiores e o
Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade de Educação e o Programa
Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa). O planejamento e a gestão da
educação no Brasil levam em conta também o Censo Educacional, realizado todos
os anos pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com as secretarias de
educação dos estados e do Distrito Federal.
Sobre a atuação do BIRD no sistema educacional brasileiro, Miranda
(1997) afirma que o órgão internacional defende uma educação para o aumento da
produtividade do país, é uma visão para o desenvolvimento econômico. De acordo
com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), os países da
América Latina só conseguem participar da competição internacional se tiverem
um povo preparado e educado nos moldes técnicos para avançar no sistema
produtivo. Desse modo, é necessária uma educação que prepare as pessoas para o
consumo e a produção. Conforme diz Torres (1998), o BIRD indica como prioridade
a inserção dos pobres no Ensino Médio e profissionalizante, enquanto o ensino
superior deve ser privatizado, ou seja, destinado a uma parcela da população (elite)
que tem condições de pagar. Percebemos o quanto ações e políticas em nível
macroeconômico afetaram a educação no Brasil, traçando um projeto que pretende
se adequar ao capitalismo e à globalização.
Atualmente, a educação profissional implantada no
Ceará tem sido destacada nacionalmente como uma política pública educacional
com o propósito de elevar os índices de ensino-aprendizagem. Sobre o contexto
histórico da educação profissional no Brasil e no Ceará, devemos entender que
sua trajetória está atrelada à noção de “trabalho”.
De acordo com Manfredi (2002), o trabalho é uma
atividade que tem seus sentidos modificados conforme o tempo histórico, a
cultura dos sujeitos e as relações de poder vigentes nas sociedades. A
compreensão de trabalho, desse modo, não pode ser dissociada da educação, uma
vez que as técnicas profissionais (como a fabricação de utensílios, fabricação
de objetos de caça e pesca) eram ensinadas de uma geração para outra garantindo
a sobrevivência dos povos.
A educação profissional nos moldes atuais teve
início com um fato histórico importante: a Revolução Industrial no século
XVIII, que transformou o processo produtivo trocando o modo de produção
artesanal por máquinas potentes. Essa mudança impactou significativamente nas
relações de trabalho e na fabricação dos produtos, pois era possível produzir
em maior quantidade e em menos tempo, facilitando também o escoamento da
mercadoria e o transporte das pessoas (VIEIRA; SOUZA JÚNIOR, 2016,
A qualificação técnica para os trabalhadores no
Brasil iniciou com a colonização, utilizando os habitantes indígenas e os
escravos africanos como primeiros executores do trabalho manual. A elite da
época se ocupava da vida acadêmica e menosprezava as atividades braçais. No
período Imperial, a educação profissional é marcada pela criação das Casas de
Educandos Artífices. No contexto da República, o ensino técnico no Brasil tem
início em 1909 com o Decreto n.º 7.566, de 23 de setembro de 1909.
Kuenzer (2009, p. 27) afirma que nesse período a
educação tinha uma “finalidade moral de repressão: educar pelo trabalho, os
órfãos, pobres, e desvalidos da sorte, retirando-os das ruas”. Nesse sentido, a
educação era vista como política pública capaz de moralizar a conduta dos
sujeitos pelo trabalho. Vieira e Souza Júnior (2016, p. 156) apontam que “em
1910, essas Escolas passaram a ofertar cursos de tornearia, mecânica e
eletricidade, além das oficinas de carpintaria e artes decorativas”. Sales e
Oliveira (2011 apud Vieira e Souza
Júnior, 2016, p. 156) registram que eram escassos o número de professores
qualificados para trabalhar nessas escolas, reduzindo a eficiência do ensino na
rede pública.
A década de 1930 marca o início da industrialização no Brasil e com isso
as escolas passam a ofertar novos cursos para atender à demanda da sociedade. A
Constituição de 1937 foi a primeira do país a tratar do ensino profissional.
Nesse mesmo ano é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI;
no ano seguinte, a Lei Orgânica da Educação Nacional do Ensino Comercial e, em
1946; o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, o Serviço Social do
Comércio - SESC e o Serviço Social da Indústria - SESI (VIEIRA; SOUZA JÚNIOR,
2016,
Com a Ditadura Militar, instaurada em 1964, a
Lei n.º 5.692/71 tratava o Ensino Médio profissionalizante como uma imposição
para os brasileiros da classe trabalhadora. Com a Lei n.º 9.394/1996 (BRASIL,
1996), a educação profissional passa a considerar a escola como meio de
ingressar no ensino superior, trabalhando a inclusão social e a certificação na
qual o jovem pode ingressar no mercado de trabalho.
A partir da Lei n.º 11.741/2008, nos artigos 39 e 42, o termo “Educação
Profissional” passa a ser chamado de “Educação Profissional e Tecnológica”. A
Lei n.º 12.513 de 2011 criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego – Pronatec (BRASIL, 2011), que amplia o acesso à educação profissional
e tecnológica.
Os eixos tecnológicos criados pelo Ministério da
Educação dialogam com todo o contexto histórico mencionado anteriormente, no
qual é bem presente a busca de uma qualificação para o mercado, e as escolas
têm voltado sua filosofia de ensino para atender também tais demandas. Nesse
sentido, mencionamos aqui o estado do Ceará, que tem se destacado no cenário
educacional do Brasil devido à política de Ensino Médio integrado à Educação
Profissional. Como exemplo disso, podemos citar o resultado de uma pesquisa
divulgada em setembro de 2019 que mostrou que das cem escolas de Ensino Médio
com melhor desempenho no Brasil, cinquenta e cinco estão no Ceará. As escolas
mais bem avaliadas são de tempo integral, com destaque para o desempenho das
escolas profissionais construídas pelo governo do Estado .
Essa pesquisa foi feita pelas instituições
Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Fundação
Lemann, Instituto Unibanco e Itaú BBA, tendo como base no rendimento do Enem,
da Prova Brasil, a taxa de aprovação de cada escola pesquisada e o nível
socioeconômico, conforme a classificação do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep (CEARÁ, 2019). A jornada ampliada
nas escolas integrais foi considerada um ponto positivo nesta pesquisa, pois
aumenta os vínculos entre estudantes e docentes: os jovens se envolvem mais nas
atividades escolares, aumentando seu interesse pelos estudos e potencializando
o ensino-aprendizagem.
A política de Ensino Médio integral no Ceará até
o ano de 2019 contava com 130 escolas de ensino regular em tempo integral e 122
escolas profissionalizantes. Em dezembro de 2019, o governador Camilo Santana
anunciou que criaria mais 25 escolas de Ensino Médio regular em tempo integral
no ano de 2020, totalizando 277 escolas nessas duas categorias (CEARÁ, 2019). O
governador costuma ressaltar nas suas falas que a educação de tempo integral
oferece oportunidades aos jovens cearenses e é uma forma de retirá-los da
violência e da criminalidade, já que a juventude fica mais tempo nas escolas.
No trabalho de André Haguette, Márcio Pessoa e
Eloísa Vidal (2016) intitulado “Dez escolas, dois padrões de qualidade. Uma
pesquisa em dez escolas públicas de Ensino Médio do Ceará”, os autores
realizaram um estudo comparando dez escolas públicas cearenses, no qual cinco
se destacam pelo bom desempenho e as outras cinco pelos piores rendimentos no Exame
Nacional do Ensino Médio, no ano de 2011. Na caracterização das escolas de
maior desempenho pedagógico, um dos pontos marcantes é o funcionamento da
instituição escolar em tempo integral, informação que corrobora com o aumento
do investimento do governo do Estado do Ceará na construção de escolas de tempo
integral, como as Profissionais, que tem apresentado bons resultados. A maior
parte das escolas com bom desempenho registradas nesta pesquisa de 2011
funciona em tempo integral, o desejo de aprender dos alunos é maior, existe uma
autodisciplina coletiva, o tempo letivo é bem aproveitado, existe o estágio
remunerado e há uma infraestrutura adequada para o bom funcionamento das
atividades escolares.
Para compreender melhor a lógica de
funcionamento das escolas profissionais, pesquisei no site da Secretaria de Educação do Ceará - (Seduc) informações a
respeito da criação das Escolas profissionais, seu Projeto Político Pedagógico
(PPP), os cursos ofertados, indicadores educacionais e informações sobre os
Estágios.
De acordo com as informações do site da Seduc (CEARÁ, 2015), as Escolas
Estaduais de Educação Profissional (EEEP) começaram a ser implantadas em 2008,
atendendo 20 (vinte) municípios com 04 (quatro) cursos profissionais de nível
técnico: Enfermagem, Informática, Segurança do Trabalho e Guia de Turismo. A
educação em tempo integral ofertada aos jovens cearenses tem como propósito a
qualificação para o mercado de trabalho e a preparação para o ingresso nas
universidades. Essa política educacional é fruto de uma parceria do Governo
Estadual com o Governo Federal por meio do Programa Brasil Profissionalizado, e
conta com financiamento do Tesouro Estadual para a ampliação da educação
profissional e tecnológica no estado.
Também existem outras parcerias na educação brasileira com empresas
privadas. Podemos citar empresas como a Fundação Itaú, Fundação Bradesco, Sesi,
Fundação Banco do Brasil, Instituto Unibanco, Instituto Airton Senna (IAS) e a
Odebrecht.
Apenas descrever a política de educação profissional não é suficiente
para a nossa análise, pois é necessário também fazer um diagnóstico crítico
sobre os seus propósitos considerando o atual estágio de desenvolvimento do
sistema capitalista e o fenômeno da globalização. Desse modo, processos de âmbito
global e organismos internacionais influenciam na formulação de orientações
para um tipo específico de educação que deve ser implantada nos países em
desenvolvimento, como o Brasil. No Brasil, as influências dessa parceria com
organismos mundiais se fazem sentir nas metas que guiam desde então as
avaliações externas e internas (Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb,
Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes – Pisa, por exemplo) observando que a educação profissional no
Brasil é motivada por questões socioeconômicas e ideológicas.
Essa política pública educacional voltada para a
juventude descrita pelos autores, portanto, se relaciona com a flexibilização
do trabalho e visa atender o capitalismo, a modernização tecnológica, a
globalização e o crescimento da economia, e conta com o apoio de agências
internacionais como o Banco Mundial, dentre outras mencionadas neste trabalho.
A educação profissional no Ceará objetiva qualificar o público jovem para o
ingresso no mercado de trabalho e possibilita também a preparação para o ensino
superior (CEARÁ, 2015). Sua coordenadoria tem também como objetivo fomentar o
protagonismo, o empreendedorismo e a capacidade de liderança (CEARÁ, 2015).
Podemos analisar um crescimento significativo da
construção de escolas profissionais no Ceará. O Governo do Estado tem investido
bastante nessa política, visto que tem trazido resultados positivos para a
educação que se tornou referência para o país. Mas, para além desse dado e
observando a história de formação das escolas profissionais no Brasil e no
Ceará, podemos notar também que o desenvolvimento do país demanda mão-de-obra
qualificada e isso faz com que haja um investimento nesse setor, e a escola
busca atender a esse interesse.
Referências Biográficas
Vanderlene de Farias Lima, professora da Escola
Estadual de Educação Profissional Deputado José Maria Melo.
Referências
AZEVEDO,
Sérgio de. Políticas públicas: discutindo modelos e alguns problemas de implementação.
In: SANTOS JÚNIOR, Orlando A. dos et. al.. Políticas públicas e gestão
local: programa interdisciplinar de capacitação de conselheiros municipais. Rio
de Janeiro: FASE, 2003.
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Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Brasília: Congresso
Nacional, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 11 abr. 2019.
BRASIL.
Lei 12. 513, de 26 de outubro de 2011.
Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec); altera as Leis nº 7.998, de 11 de janeiro de
1990, que regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial e institui o
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que
dispõe sobre a organização da Seguridade Social e institui Plano de Custeio, nº
10.260, de 12 de julho de 2001, que dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao
Estudante do Ensino Superior, e nº 11.129, de 30 de junho de 2005, que institui
o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); e dá outras providências.
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Vanderlene, em primeiro lugar parabenizar por trazer essa discussão sobre a educação integral e a experiência dessa proposta pedagógica no Ceará. No seu texto você apresenta, de forma crítica, a relação entre as políticas públicas e as demandas do capital, que interfere diretamente nos encaminhamentos dados a educação. Contudo, ao menos tempo sinaliza para o aumento da qualidade da educação no Ceará como resultado dessas políticas. Assim questiono, qual seria então o problema da interferência do capital na educação diante desses resultados?
ResponderExcluirOlá, Sandra! Primeiramente, muito obrigada por ler o meu texto. Sua pergunta é bem interessante. Sobre a interferência do capital na educação, notamos que o investimento feito no Ceará nas escolas de educação integral atende fortemente a uma demanda do empresariado, que qualifica jovens para o mercado de trabalho através de cursos técnicos. Muitos estudantes, por sua vez, quando não ingressam na Universidade para aprofundarem sua qualificação, passam a ocupar postos de trabalho que pagam pouco e assim beneficia a classe empresarial, já que essa juventude formada com curso técnico é mais barata. O capital empregado pela elite e setores internacionais (Bird, Cepal) acabam direcionando a formação dessa mão-de-obra para seus propósitos de desenvolvimento econômico-social.
ExcluirVANDERLENE DE FARIAS LIMA
obrigada
ExcluirBom dia, parabéns pelo texto. Gostaria que você colocasse um pouco sobre o ensino de História nessas escolas com educação integral e profissional.
ResponderExcluirOlá, Lívia! Muito obrigada! O que posso lhe falar sobre o ensino de História é baseado na minha observação e convivência com colegas da área de Ciências Humanas na escola em trabalho, pois leciono o componente curricular de Sociologia. A disciplina de História é baseada na BNCC, PCNs, nas competências e habilidades cobradas no Enem, vestibulares, SPAECE e Saebe. Existem dois professores responsáveis pela disciplina de História, que se dividem para as 12 turmas da escola. Infelizmente não tenho como lhe dar uma resposta mais ampla porque não tenho formação na área.
ResponderExcluirOlá, Lívia! Muito obrigada! O que posso lhe falar sobre o ensino de História é baseado na minha observação e convivência com colegas da área de Ciências Humanas na escola em trabalho, pois leciono o componente curricular de Sociologia. A disciplina de História é baseada na BNCC, PCNs, nas competências e habilidades cobradas no Enem, vestibulares, SPAECE e Saebe. Existem dois professores responsáveis pela disciplina de História, que se dividem para as 12 turmas da escola. Infelizmente não tenho como lhe dar uma resposta mais ampla porque não tenho formação na área.
ResponderExcluirVANDERLENE DE FARIAS LIMA
Olá, Vanderlene Farias!
ResponderExcluirInicialmente gostaria de lhe parabenizar pelo excelente texto. Você trouxe importantes reflexões sobre as políticas públicas voltadas para a Educação, fazendo uma contextualização histórica importante para entendermos algumas das principais mudanças nas diretrizes educacionais no país. Seu texto foi muito esclarecedor, mas mesmo assim faço o seguinte questionamento: para você, quais são os maiores desafios da Educação Integral?
Atenciosamente:
João Paulo de Oliveira Farias
Olá, João Paulo! Obrigada pelas suas considerações sobre o meu texto. Sobre a sua pergunta, posso apontar como desafio a formação dos estudantes, que vem de realidades bem distintas e são marcados pelas diferentes formas de desigualdade. Nosso objetivo, de acordo com a BNCC, por exemplo, deve contemplar a formação socioemocional dos jovens, entretanto, como alcançar isso diante de contextos sociais marcados pela pobreza, por exemplo? Aliados aos problemas emocionais e psicológicos, essas problemáticas estão além das nossas capacidades de resolução. E como sabemos, a desigualdade social e os problemas de ordem psicológica afetam o aprendizado desses jovens, representando assim um desafio para os docentes no que diz respeito a uma formação socioemocional.
ExcluirVANDERLENE DE FARIAS LIMA
Olá Vanderlene, parabenizo pelo artigo, há muita informação relevante e útil. Gostaria de tocar em um ponto para além da escola em si: os estudantes têm tido oportunidades na indústria para qual os cursos se direcionam? Trabalho em um IF e sinto uma lacuna imensa entre a formação e a necessidade do mercado de trabalho. Outra coisa que me incomoda, é que tenho a sensação de que a montagem dos leque de curso é para manutenção dos cargos, nãos das demandas do mercado, tem percebido isso?
ResponderExcluirOlá, Luciano! Grata pelas considerações sobre o meu texto. Na nossa realidade também sinto essa lacuna entre a formação e necessidade do mercado de trabalho para alguns cursos ofertados na escola. Muitos alunos, depois de formados, são empregados em determinadas empresas e não praticam o que aprenderam no curso porque são colocados para exercer outras funções, inclusive com baixa remuneração e sem garantias trabalhistas. Outro grupo de alunos fica desempregado e outros ainda ingressam no ensino superior, muitas vezes, dentro da linha de formação técnica (quem é do curso de Edificações, geralmente cursa Engenharia Civil, por exemplo).
ExcluirVANDERLENE DE FARIAS LIMA
Excelente Texto sobre Politicas Educacionais.
ResponderExcluirQual deve ser o melhor procedimento que devemos tomar como cidadão para que os nossos governantes passe a olhar mais para os ensino superiores e comecem a investir como investe nos ensinos fundamental e ensino médio?
Excelente texto sobre Políticas Educacionais.
ResponderExcluirQual deve ser hoje o melhor procedimento que devemos tomar, agir enfim como cidadão e cidadãs para que nossos Governantes passem a olhar para o Ensino Superior e investir como investe nos ensinos fundamental e Ensino Médio?
Olá, Belmiro! Acredito que a nossa ação individual como cidadão nesse aspecto seria escolher representantes políticos que olhem para a educação e que tenham propostas para ela, e também cobrar desses representantes as políticas públicas necessárias para a valorização do ensino superior, até porque a qualidade do ensino fundamental e médio depende também de bons professores, qualificados nas universidades. Vale lembrar também que muitos políticos não tem interesse em investir no ensino superior pelo enfraquecimento da classe intelectual e sucateamento de uma educação pública e de qualidade para os aluno da rede municipal e estadual, representada pelos filhos da classe trabalhadora. A educação emancipa homens e mulheres e uma política conservadora não tem pretensão de fazer esse tipo de emancipação.
ExcluirVANDERLENE DE FARIAS LIMA
Quais investimentos educacionais do governo/estado é realmente necessário para formação de sociedade superior, assim como ensino superior?
ResponderExcluirDe que maneira, ou, como o estado/governo deve intervir na qualidade da educação do ensino superior para a formação de uma sociedade progressista?
Olá, Bruno! Sua perguntas são bem interessantes e trazem boas reflexões. Creio que os investimentos necessários para a formação de uma sociedade emancipada e crítica passa pela valorização dos professores (salário, qualificação constante com cursos, formações, especialização, mestrado e doutorado, criação de plano de cargos e carreiras, oportunidade de concurso para a garantia de estabilidade e direitos trabalhistas) e investimento nas escolas (estrutura física adequada, disponibilidade de recursos pedagógicos, alimentação para os alunos). Sobre a qualidade do ensino superior é preciso valorizar mais a ciência e a pesquisa, melhorar os prédios em que os universitários estudam, pois muitas universidades estaduais (UVA, UECE e URCA aqui no Ceará) estão sucateadas e realizar concurso para professores. Sem considerar esses pontos, fica muito difícil desenvolver o país em vivemos através da educação.
ExcluirOlá, Bruno! Sua perguntas são bem interessantes e trazem boas reflexões. Creio que os investimentos necessários para a formação de uma sociedade emancipada e crítica passa pela valorização dos professores (salário, qualificação constante com cursos, formações, especialização, mestrado e doutorado, criação de plano de cargos e carreiras, oportunidade de concurso para a garantia de estabilidade e direitos trabalhistas) e investimento nas escolas (estrutura física adequada, disponibilidade de recursos pedagógicos, alimentação para os alunos). Sobre a qualidade do ensino superior é preciso valorizar mais a ciência e a pesquisa, melhorar os prédios em que os universitários estudam, pois muitas universidades estaduais (UVA, UECE e URCA aqui no Ceará) estão sucateadas e realizar concurso para professores. Sem considerar esses pontos, fica muito difícil desenvolver o país em vivemos através da educação.
ExcluirVANDERLENE DE FARIAS LIMA
Boa noite, Olá Vanderlene. Achei interessante sua apresentação da trajetória das escolas profissionalizantes e como elas são um reflexo de um determinado tipo de política pública. Gostaria de saber se com as escolas voltar a para profissionalizar os alunos, e inserir eles no mercado de trabalho, pode ser negativa? ,Pois gera uma educação para apenas gerar novos trabalhadores, reprodutores de pensamentos prontos?
ResponderExcluirOi, Lucca! Muito obrigada pela leitura do meu meu texto e pela sua pergunta. A profissionalização dos jovens gera uma mão-de-obra que muitas vezes o mercado não consegue absorver e quando absorve as empresas não pagam uma remuneração justa, dentro das garantias trabalhistas. Esse grupo de jovens trabalhadores acaba submetido a situações de exploração no mercado de trabalho.
ExcluirOlá, Belmiro! Acredito que a nossa ação individual como cidadão nesse aspecto seria escolher representantes políticos que olhem para a educação e que tenham propostas para ela, e também cobrar desses representantes as políticas públicas necessárias para a valorização do ensino superior, até porque a qualidade do ensino fundamental e médio depende também de bons professores, qualificados nas universidades. Vale lembrar também que muitos políticos não tem interesse em investir no ensino superior pelo enfraquecimento da classe intelectual e sucateamento de uma educação pública e de qualidade para os aluno da rede municipal e estadual, representada pelos filhos da classe trabalhadora. A educação emancipa homens e mulheres e uma política conservadora não tem pretensão de fazer esse tipo de emancipação.
ResponderExcluirVANDERLENE DE FARIAS LIMA