Alexandro dos Santos e Ronyone de Araújo Jeronimo

 

“A ESCOLA CATÓLICA”: A PEDAGOGIA RELIGIOSA COMO PILAR DO PODER ECLESIÁSTICO DA PARAÍBA

 

O Colégio Diocesano Pio X é uma das instituições de ensino mais “tradicionais” da Paraíba. A ser criado em 4 de março de 1894, pelo então primeiro bispo do estado, Dom Adauto de Henrique Miranda, o Colégio fez parte do projeto de “reconstrução social” da população paraibana, com o objetivo de educar os jovens do sexo masculino em um modelo de pedagogia pautada no discurso religioso. Nesse sentido, não poupou esforços no sentido de aproximar e fortalecer os laços da Igreja Católica com o Estado e, ao mesmo tempo, tornar a juventude educada e disciplinada em modelos educacionais considerados e vistos como modernos.

No sentido de alcançar o presente objetivo, o Colégio Diocesano Pio X ofertou “uma base sólida e estável” por meio de uma educação religiosa. Isso pode ser percebido por meio da leitura do seguinte trecho, publicado em 17 de abril de 1916, pelo jornal católico A Imprensa: “A Escola católica - Num país católico como o nosso parece um paradoxo que ainda haja quem ignore o que seja a escola católica, a escola religiosa” (A IMPRENSA, 1916, s/p).

O jornal A Imprensa foi um dos veículos de comunicação em circulação na Paraíba, que mais demonstrou interesses em defender a relevância da escola católica no processo de formação intelectual e moral da juventude paraibana, demonstrando a preocupação que tomou conta dos membros da Igreja Católica após a sua separação do Estado. Problemática que passou a fazer parte das discussões travadas na Igreja brasileira, no final do século XIX, com a Proclamação da República. A ruptura das duas instituições tornou o ensino leigo. Ou seja, a Igreja Católica, que até o momento tinha exercido um forte controle sobre o ensino no país, perdeu essa hegemonia. Para Horta (2012, p. 81), “o Estado republicano rompe com o regime do Padroado e proclama-se leigo. A separação entre a Igreja e o Estado é oficializada por decreto em janeiro de 1890 e confirmada pela Constituição republicana de 1891”.

Ao estabelecer o Estado laico no Brasil, a Constituição republicana colocou em xeque o antigo poder exercido pela Igreja Católica na esfera nacional, perdendo, assim, sua posição de religião oficial e também parte de sua influência perante a sociedade. De acordo com Cavalcante Neto,

“Assim, para fazer frente a essa situação política e garantir sua sobrevivência institucional, a Igreja procurou intensificar o processo de romanização da sociedade brasileira, com estratégias no campo interno (congressos, abertura e reforma dos seminários, a vinda de religiosos da Europa e da unidade pastoral dos bispos) e no externo (comunicações públicas por meio das cartas pastorais e da imprensa, visitas pastorais, conferências e liturgias), que produziram a sua reorganização no período de 1889 a 1930” (2014, p. 8-9).

A criação das escolas confessionais foi uma das soluções encontradas pela Igreja Católica para lutar contra a instituição do Estado Laico. Esse modelo de escola passou a ser considerado como “um templo da ciência, a oficina da virtude, espaço onde a criança aprende, desde os albores de sua razão, a amar a justiça e odiar a iniquidade” (A IMPRENSA, 1916, s/p). É um “prolongamento do lar, onde se vive a mesma vida de família – uma vida profundamente cristã, plena e perfeita, com seus hábitos de fé, obediência e trabalho” (A IMPRENSA, 1916, s/p). É educativa ao se comprometer com a formação da vontade e do caráter. Segundo o discurso do jornal A Imprensa, a escola religiosa trabalhava no sentido de aperfeiçoar a inteligência e as faculdades dos alunos, zelando pela formação de quase todas as qualidades humanas: física, psíquica, religiosa e moral. A organização e zelo pela educação passam a ser uma das principais virtudes do modelo de educação defendido pela escola religiosa:

“Ao lado dos estudos há os brincos infantis; os passeios higiênicos alternam com os passeios instrutivos. O canto, a música, as festas, os desportos, as diversões de toda sorte são distribuídos de maneira que as horas de trabalho se sucedem umas às outras, sem que o aluno se enfade e se canse jamais (A IMPRENSA, 1916, s/p)”.

O discurso religioso se alinha com outros aparatos discursivos da época (brincadeiras, higiene, canto, música, festas, esportes) para legitimar a importância da escola religiosa. O religioso e o científico passaram a caminhar juntos, de mãos dadas, lado a lado. A educação física, moral e intelectual também ajudaram compor o projeto de romanização social. Os membros da Igreja Católica utilizaram inúmeras estratégias discursivas para justificar a relevância da instrução religiosa na formação do caráter dos alunos. Segundo Michel Foucault, o discurso é resultado de: “Um conjunto de regras anônimas, históricas sempre determinadas no tempo - espaço, que definiram em uma dada época, e para uma área social, econômica, geográfica, ou linguística, dada as condições de exercício da função enunciativa” (FOUCAULT, 1997, p. 43). O discurso é pensado e problematizado em função das múltiplas condições de possibilidade proporcionadas e estabelecidas pelas instituições sociais. É uma prática que relaciona a língua e seus usos a “outras práticas” que fazem parte do campo social. As práticas discursivas assumem esse papel de ser um elo que as une às práticas sociais.

Por esse motivo, os editores do jornal A Imprensa não economizaram tinta e papel ao criticar o modelo de ensino proposto pelo projeto de construção da escola leiga. “Não, não é a religião uma sobrecarga; sobrecarga é a moral leiga, a moral independente, a moral científica, com seus equivalentes, sem eficácia alguma, porque ela não exerce sua influência sobre o entendimento” (A IMPRENSA, 1916, s/p). A escola leiga foi acusada de ser antipedagógica e anti-educativa. De incentivar a desarmonia e “uniformidade de métodos entre os próprios educadores”.

Foi com o objetivo em mente de ampliar a área de influência da educação religiosa, na Paraíba, opondo-se ao ensino leigo, que Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques dedicou parte de sua vida à construção de escolas confessionais. “Na prática, os colégios religiosos passaram a dar atenção especial a elite dominante, desejosos de educar seus filhos dentro dos padrões europeus” (SOUSA JÚNIOR, 2015, p. 205). Na realidade, a criação dessas instituições teve a intenção de manter viva na Paraíba a “hierarquia católica”, a preservação da fé e o controle eclesiástico da sociedade. Essas ações indicam que a preocupação da Igreja Católica estava voltada para a formação intelectual e moral de jovens do sexo masculino e feminino.

Um dos caminhos encontrados pela cúpula da Igreja Católica para implantar seu projeto de romanização durante os primeiros anos da República foi buscando ampliar sua estrutura e influência diante da sociedade. Esta instituição, durante o movimento de romanização social, criou a Diocese da Paraíba, em 27 de abril de 1892. Dois anos depois, Dom Adauto recebeu a incumbência de dirigir a diocese da Paraíba.

No período em que ficou à frente da direção da Igreja Católica local, Dom Adauto dedicou parte de seu trabalho no sentido de ampliar o projeto de romanização social, tentando reaproximar a Igreja do Estado. Nesse sentido, questões religiosas, políticas, sociais, econômicas, culturais e ideológicas passaram a ditar as regras do jogo político. Com isso, o bispo paraibano “lançou mão das estratégias que já vinham sendo dinamizadas pelos demais bispos reformadores brasileiros: consciência da comunhão da diocese com Roma, integração com os demais bispos do Brasil, organização estrutural e pastoral da Igreja” (CAVALCANTE NETO, 2014, p. 10), além do que ele mesmo chamou de “erros da modernidade”: positivismo, racionalismo, maçonaria, espiritismo, materialismo, anarquismo, protestantismo, socialismo, comunismo.

No sentido de dar um maior destaque para a formação do clero do Estado, no mesmo ano de sua posse, Dom Adauto criou o Seminário Episcopal Nossa Senhora da Conceição. O bispo criou colégios religiosos nas principais sedes da diocese, dedicados à formação intelectual e moral dos filhos de membros da elite paraibana (Paraíba) e potiguar (Rio Grande do Norte). No Quadro 1, encontram-se informações como o local, o ano e o público alvo dos colégios.


Quadro 1 – Colégios Católicos da Diocese da Parahyba do Norte (1894-1909).

Fonte: Elaborado pelo autor Santos, a partir das informações colhidas em Cavalcante Neto (2014, p. 10).

 

A maioria das escolas criadas por Dom Adauto atendia aos interesses das elites da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Mesmo assim, querendo ampliar a área de influência da Igreja Católica diante da sociedade, o bispo destinou algumas das escolas à assistência de crianças carentes (pobres) dos dois estados. O projeto de criação desses colégios pode indicar que Dom Adauto direcionou sua atenção para os assuntos da “educação formal da diocese”. Ele viu a educação como a melhor estratégia a ser utilizada para a formação de uma dada elite intelectual e também para divulgação da cultura escolar pretendida pela Igreja Católica, com o objetivo de ampliar e alinhar o catolicismo junto aos interesses do Estado, garantindo, dessa forma, “a continuidade dos princípios católicos na sociedade paraibana e na potiguar” (CAVALCANTE NETO, 2014, p. 11).

Nos dois estados, a Igreja Católica “buscou recuperar territorialidades a partir da proliferação das práticas instrucionais” (SILVA, 2014, p. 04). A criação dessas instituições educativas foi uma das soluções possíveis para se manter a hegemonia dos preceitos cristãos na sociedade, assim como para garantir a sobrevivência da instituição romana no Brasil. Na Paraíba, o esforço desempenhado por Dom Adauto para defender os interesses do catolicismo é notável. Dentre as instituições confessionais por ele criadas, merece destaque o Colégio Diocesano Pio X. A população paraibana reservou ao Colégio o título de “um autêntico educandário cristão, desta forma, demasiado moralizador. Ao começar pelos hábitos ao falar, ao vestir, ao se comportar, em suma, as práticas e a disciplina cristã” (SILVA, 2014, p. 28).

Em 1932, Dom Adauto publicou nas páginas do jornal católico A Imprensa, a Carta Pastoral: Das vantagens do ensino religioso. Na carta, o bispo não economizou nos argumentos ao defender a importância da educação religiosa para a família. Também abordou o tema da educação religiosa para os jovens do Estado, pautada nos ensinamentos do catolicismo.

“Sim, Irmãos e filhos muito amados, o ensino religioso não nos faz ver somente que é Deus [...] mas nos faz ver também quem é a pessoa Divina de Jesus Cristo que, além da sua grande obra – a Igreja – quis, para perpetuar a sua missão salvadora, fazer-se homem como nós para ser também em sua vida mortal nosso modelo de humildade contra a soberba, origem primaria de todas as misérias deste mundo; modelo de obediência, de virtude, prudência, de justiça e fortaleza no bem [...]. Assim, caríssimos pais e mães de família si realmente quereis ter mais tarde a doce consolação e gloria de ver neles filhos obedientes, amigos dedicados e fieis, cidadãos prestimosos, sacerdotes modelos (se para este estado Deus os chamar), pais de família exemplares, instrui-os na sagrada e infalível doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, no catecismo desde a sua infância com palavras e bons exemplos, os sentimentos das virtudes cristãs e obediência aos mandamentos de Deus (HENRIQUES, 1932, p. 4-7)”.

A fala de Dom Adauto indica a preocupação que tomou conta da Igreja Católica da Paraíba, no que diz respeito ao tema da educação dos jovens e o papel desempenhado pela família nesse processo. “Para o Arcebispo, o ensino religioso era a base fundamental para a formação da personalidade e do comportamento do cidadão, pois este conhecimento religioso poderia torná-lo um cidadão do bem e defensor dos princípios cristãos” (SOUSA JÚNIOR, 2015, p. 209). Foi com esse intuito, de propagar a fé católica através de escolas confessionais, que Dom Adauto depositou parte de seus esforços no projeto de edificação de colégios com viés religioso.

A atuação de Dom Adauto na educação formal da Paraíba foi bastante expressiva. “Os Colégios na Paraíba eram, explicitamente, uma reação ao parágrafo 6º do Artigo 72 da Constituição: Será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos” (SOUSA JÚNIOR, 2015, p. 211). Ele passou a ver na educação uma estratégia possível para a estruturação da Igreja Católica da Paraíba, já que parte dos jovens que estudavam nessas escolas futuramente passaria a ingressarem nos quadros eclesiásticos da própria igreja, como seminaristas, e participariam da formação de futuros intelectuais católicos que seriam responsáveis diretos no processo de divulgação dos projetos da Igreja.

 

Referências biográficas

Dr. Alexandro dos Santos, professor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora dos Milagres – São João do Cariri – Paraíba.

Ronyone de Araújo Jeronimo, estudante de doutorado do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, e bolsista Capes. Mestre em História pela Universidade Federal de Campina Grande-UFCG. E graduado pelo curso em licenciatura em História pela Universidade Federal de Campina Grande-UFCG.

 

Referências bibliográficas

CARVALHO, Marta Maria de. A Escola e a República. São Paulo: Editora Braziliense, 1989.

CAVALCANTE NETO, Faustino Teatino. A Igreja Católica na Paraíba republicana: romanização e “males” a serem combatidos. Revista Paraibana de História, ano I, n. 1, 2º semestre de 2014.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

HORTA, José Silvério Baia. O hino, o sermão e a ordem do dia: regime autoritário e a educação no Brasil (1930-1945). – 2.ed. ver. – Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

Jornal A Imprensa. Paraíba. 10. 01. 1916 a 21. 12. 1916. Arquivo Eclesiástico da Paraíba, João Pessoa.

SILVA, José Eudes Ferreira da. Uma instituição confessional masculina: o Diocesano Pio X e suas representações, práticas e cultura escolar dos anos 1894-1910. 2014. 33f. Monografia. (Graduação em História). Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Educação, Campina Grande – PB.

SOUSA JUNIOR, José Pereira. Estado laico, igreja romanizada na Paraíba republicana: relações políticas e religiosas (1890–1930). 2015. 232f. Doutorado. (Pós-Graduação em História). – Universidade Federal de Pernambuco, Recife – PE.


6 comentários:

  1. Magno Francisco de Jesus Santos12 de setembro de 2022 às 09:06

    Prezados professores Alexandro dos Santos e Ronyone Jerônimo. Primeiramente, parabéns pela pesquisa sobre as escolas católicas da Paraíba. Os dados apresentados são bem instigantes e expressam um significativo investimento da Diocese da Paraíba na educação católica ao longo dos primeiros anos republicados, após o fim do padroado régio e com a reabertura do país para o ingresso de novas ordens e de religiosos estrangeiros. E foi neste quesito que fiquei curioso para saber se vocês encontraram sacerdotes estrangeiros atuando nestas escolas ou no próprio seminário. Geralmente, as dioceses brasileiras a partir do final do século XIX passaram estabelecer a reformulação do clero e da renovação do ensino por meio da atuação de ordens religiosas vindas da Europa. Isso ocorreu na Paraíba? Parabéns pela pesquisa.
    Cordialmente,
    Magno Francisco de Jesus Santos

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    1. Boa noite prezado Magno Francisco.
      Como você percebeu através de sua leitura do texto, no trabalho teve como principal fonte de análise a Revista do Colégio Diocesano Pio X, produzida pela própria instituição. Na presente fonte, encontramos menção a vários sacerdotes, inclusive, atuando na direção e ministrando disciplinas, porém não tivemos acesso a nenhuma referência a sacerdotes de origem estrangeira.
      Acredito que outros tipos de fontes, como os currículos da instituição que ainda não tivemos acesso nos possibilite chegar a essa informação.

      Att,
      Alexandro dos Santos

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  2. Ane Luíse Silva Mecenas Santos12 de setembro de 2022 às 09:14

    Caros Alexandro e Ronyone, muito interessante o texto de vocês sobre as escolas católicas na Diocese da Paraíba. Particularmente, me chamaram a atenção as escolas voltadas para meninos pobres, todas elas centradas na Cidade de Paraíba. Eu não sei se vocês chegaram a consultar os currículos, mas caso tenham conseguido ter acesso, gostaria de saber se vocês identificaram alguma diferença substancial nos currículos entre as escolas para meninos pobre e as demais instituições católicas?
    Atenciosamente,
    Ane Luíse Silva Mecenas Santos

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    1. Boa noite prezada Ane Luise
      Como você percebeu no texto, no início do século XX a Igreja Católica da Paraíba não economizou esforços no sentido de construir escolas confessionais com o objetivo de tentar conter o avanço das ideias laicizantes no estado, resultante da instituição do estado laico, colocado em prática pela constituição de 1891.
      Nesse sentido, nossas pesquisas se concentraram de maneira mais detalhada na Revista do Colégio Diocesano Pio X, não tivemos acesso aos currículos da instituição de ensino.
      Mesmo assim, é notório que o Colégio Pio X, era uma instituição voltada para a educação religiosa e intelectual da juventude da elite paraibana, e pelo que percebemos existia sim diferenças gritantes no que dizia respeito aos currículos quanto também a matérias e estrutura dedicadas as escolas para crianças pobres e crianças de classes sociais mais privilegiadas.


      Att,
      Alexandro dos Santos

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  3. Joao fernando Soares de maria14 de setembro de 2022 às 20:44

    Qual a o valor da educação religiosa na formação dos alunos ?

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    1. Olá João Fernando

      Sua pergunta nos lança a um caminho que pelo menos nesse trabalho não trilhamos. Contudo, fazendo referência a este artigo, a educação religiosa, possuí em seus fundamentos formar os sujeitos para crer nas doutrinas religiosas de sua congregação. Dessa maneira, o ensino confessional foi usado enquanto estratégia de poder, para inculcar na cabeça das crianças, ideais que constituiriam sua personalidade na vida adulta. É por esse motivo, que D. Adauto na Paraíba se movimentaria em prol da criação de colégios confessionais católicos para barrar a influência laicizam-te que a República suscitaria. Em suma, a educação religiosa tem como fim, a manutenção de um credo, para que este permaneça ativo em nossa sociedade.
      Agradeço por sua pergunta.

      Att: Ronyone de Araújo Jeronimo

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